The Bronx Journal Online

Home Archives About Us What's new FAQ
MLJ at Lehman Lehman College Languages&Literatures Arts&Humanities Contact Us
The Bronx Journal Online-Portuguese Page back to The Front page

De origem indígena, o chimarrão tornou-se uma tradição entre os gaúchos 

Flores e poesia viram arte e história


De origem indígena, o chimarrão tornou-se uma tradição entre os gaúchos

Desde tempos anteriores à descoberta do Brasil, essa bebida é servida no fruto de uma trepadeira, o porongo. A rústica cuia sofisticou-se a partir do século XVII, com inovações feitas por artesãos europeus.

A cuia de chimarrão pode ser encontrada em praticamente todas as casas do Rio Grande do Sul. Feita com a cabaça do porongo, é usada para preparar e servir uma variação de mate, de sabor amargo e qualidades nutritivas. A bebida já era popular muito tempo antes da descoberta do Brasil, sendo consumida entre as tribos guaranis da região Sul do continente americano.

A sua origem é explicada por uma curiosa lenda de amor e suspense. Contra-se que um velho índio guarani vivia recluso em sua oca, por causa das pernas trôpegas que o impediam de ir à guerra, à caça ou mesmo à pesca.

Sentinmdo-se um inútil, o homem tinha apenas um consolo: sua filha Yari, uma bela índia que o tratava com carinho, conservando-se solteira para melhor dedicar-se ao pai. Certa vez, os dois receberam a visita de um misterioso visitante, que solicitou abrigo. O ancião e a filha acolheramno com respeito, ofrecendo-lhe sua amizade. Grato à boa hospitalidade, o estranho revelou ter sido enviado pelo deus Tupã, com poder de realizar um desejo de seus amáveis anfitriões.

O velho guerreiro, há muito preocupado com a solidão da filha, pediu que Ihe fossem restituídas as forças, pois assim Yari seria livre para casar e ir atrás do próprio destino, O mensageiro de Tupã entregou, então, ao índio um galho de árvore de caa (ena), ensinando-o a preparar a infusão que lhe devolveria a saúde e o vigor físico. Yari foi proclamada a deusa dos enais e dos enateiros, e o recipiente onde foi servido o líquido ganhou o nome de caigua: caa (ena, i (água) e gua (vasilha).

Os contornos da cuia variam em função dos formatos do fruto, podendo apresentar forma arredondada ou que lembre uma mandioca, entre outras possibilidades. Existe toda uma ciência quanto à colheita do porongo. Despois de maduro, o fruto, de cor amarelo-queimado, torna-se lenhoso e oco, apresentando sementes soltas em seu interior.

Esta é a fase indicada para o corte e a confecção da peça. A decoração da casca comçou a ser feita já pelos guaranis, que a coloriam com pigmentos naturais, entalhando desenhos que reproduziam a naturaleza. Também eram comuns os temas geométricos e cenas que evocavam lendas indígenas.

A partir do século XVII, as cuias entalhadas passaram a receber tratamento mais requintado, por obra de artesãos europeus. Levados pelos padres católicos para ornamentar igrejas do Brasil Colônia, encantaram-se com o utensílio preferido dos gaúchos, reproduzindo-o em metal. Prata e ou-ro, abundantes na época, passaram a compor as chamadas "cuias de cálice".

Apesar de primorosas, as peças não teriam outro destino além de decorar cristaleiras, porque os adeptos do chimarrão sempre preferiram degustar sua bebida favorita em cuias bem simples tipicamente ao natural.

As cuias "bordadas", como se diz no Rio Grande do Sul, são boas apenas como presente. Apesar das críticas dos "bebedores", os artesãos continuam a fazer questão de decorar a casca do porongo com entalhe, pirogravura e até mesmo Durepoxi.

Os desenhos multiplicaram-se, retratando desde flores até versos regionalistas. Na hora do acabamento, pode-se revestir o bocal da cuia com alpaca ou prata. Há ainda quem prefira cobrir o recipiente com a capa dos testículos do bezerro. São as chamadas "cuias de saco de touro", difundidas nas fazendas.

Receber da mão direita do gaúcho, a cuia com infusão de erva-mate, é sinal de boas-vindas. Mas, além de expressar a hospitalidade sulina, o hábito de beber chimarrão tem o mérito de reunir pessoas sem distinção de raça, credo, classe social ou posses materiais.

O costume herdado dos guaranis acabou por tornar-se uma tradição entre os gaúchos, uma espécie de ritual que envolve cuidados especiais, desde a preparação da bebida até a maneira de servir. Por outro lado, quanto ao melhor período do dia ou estação do ano para beber não existem restrições. Solitariamente ou em grupo, toda hora é hora de descobrir o sabor e o potencial terapêutico do mate.

Além da cuia, é importante saber escolher a bomba certa, ou seja, o canudo metálico através do qual o líquido é sorvido. Depois de iniciado em cada detalle, acreditam os experts, não há quem possa resistir ao fascínio do chimarrão.

Flores e poesia viram arte e história

Nas mãos de Denis Moraes, flores viram roupas, objetos de decoração e, ainda, contam a história de um país. Arranjos florais que ornan corpos dourados, ou enfeitam requintados salões de festas, com estilo, poesia e arte, vêm destacando Denis Morais no Brasil e nos Estrados Unidos como o decorador preferido das estrelas de televisão e da alta sociedade paulistana.

Sua especialidade é reinventar a utilização das flores, criando, como na edição de Nova, de maio, a saia que veste o corpo da apresentadora Eliana, ou arranjos de tamanho natural, como no casamento de Roberta Roxo e Sérgio Jalosmensk, ocorrido recentemente em São Paulo.

Atualmente, também é responsável pelos arranjos florais da peça E, estrelada por Elizabeth Savala e pelos cenários dos programas de Carla Perez e Ratinho, campeões de audiência da TV brasileira.

Suas decorações de mesa ganharam destaque no livro A Arte de Receber Bem, da francesa Ninete Van, que traz importantes dicas de socialites paulistas.

Sua mais recente criação, causadora de furor entre as mulheres, são os tops e saias criadas a partir de flores naturais, que vêm embelezando os corpos torneados das mulheres mais bonitas do Brasil, como Vera Fischer, Kátia Reis e Angélica, dentre outras.

Atualmente, o arranjador vem preparando um livro sobre os 500 anos do Brasil, através de arranjos florais utilizando residências, mesas, vasos e utensílios característicos de cada época, onde Denis pretende contar uma viagem pela história do Brasil, realçando fatos e pessoas marcantes com lirismo, poesia e muita beleza.

O projeto, com o apoio da Secretaria de Cultura de São Paulo, será lançado no dia 22 de abril do ano 2000, data de descobrimento da nação verde-amarela. Recente-mente nos Estados Unidos, o artista divulga seu trabalho, aproveitando suas férias para alçar novos vôos.

 

 

 

For General Information contact: tbj@lehman.cuny.edu || Last modified: March 27, 2002
Problems with this web site should be reported to the
webmaster
This site is designed and maintained by Louis Cruz, Technology Coordinator, Division of Arts & Humanities, Lehman College, CUNY